Já é oficial o movimento que a Frelimo tentou silenciar


 𝐀𝐍𝐀𝐌𝐀𝐋𝐀𝐋𝐀 𝐀́𝐅𝐑𝐈𝐂𝐀 : 𝐎 𝐌𝐨𝐯𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐏𝐨𝐝𝐞𝐫 𝐓𝐞𝐧𝐭𝐨𝐮 𝐒𝐢𝐥𝐞𝐧𝐜𝐢𝐚𝐫 𝐞 𝐨 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐑𝐞𝐜𝐮𝐬𝐨𝐮 𝐂𝐞𝐝𝐞𝐫


𝐏𝐨𝐫 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐞𝐬𝐬𝐨𝐫 𝐏𝐞𝐭𝐞𝐫 𝐍𝐝𝐢𝐚𝐧𝐠’𝐮𝐢, 𝐅𝐨𝐫𝐭 𝐌𝐲𝐞𝐫𝐬, 𝐅𝐥𝐨́𝐫𝐢𝐝𝐚


Há momentos em que a política africana deriva, e momentos em que ela rompe. Em Moçambique, em 2025, 𝐚 𝐫𝐮𝐩𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐜𝐡𝐞𝐠𝐨𝐮 𝐧𝐮𝐦𝐚 𝐬𝐨́ 𝐩𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚 𝐢𝐧𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐢𝐠𝐞𝐧𝐭𝐞: 𝐀𝐍𝐀𝐌𝐀𝐋𝐀𝐋𝐀 “já chega”, “termina aqui”. O que começou como um grito bruto na cidade de Nampula explodiu numa revolta nacional. Saltou de esquinas para comícios massivos, de frustrações sussurradas para vídeos virais nas redes sociais, até que 𝐀𝐍𝐀𝐌𝐀𝐋𝐀𝐋𝐀 deixou de ser um slogan. Tornou-se um veredicto. Um aviso. Uma declaração colectiva de que uma ordem política, há muito vista como distante, finalmente esgotara a sua legitimidade.


Mas o que inquietou os governantes de Moçambique e cativou o continente africano não foi apenas o significado da palavra. Foi o facto de ela expressar com tanta facilidade um sentimento que governos de toda a África têm tentado, sem sucesso, conter durante anos. 𝐔𝐦 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐬𝐮𝐟𝐨𝐜𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨. 𝐔𝐦 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐭𝐫𝐚𝐢𝐜̧𝐚̃𝐨. 𝐔𝐦 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐩𝐨𝐯𝐨 𝐚 𝐬𝐞 𝐥𝐞𝐯𝐚𝐧𝐭𝐚𝐫 𝐞𝐦 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐟𝐢𝐨.


𝐔𝐦 𝐌𝐨𝐯𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐍𝐚𝐬𝐜𝐢𝐝𝐨 𝐅𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐏𝐨𝐝𝐞𝐫 𝐞 𝐀𝐥𝐞́𝐦 𝐝𝐨 𝐒𝐞𝐮 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐥𝐨


A comunicação política costuma ser produzida em salas de estratégia. 𝐀𝐍𝐀𝐌𝐀𝐋𝐀𝐋𝐀 𝐧𝐚̃𝐨 𝐟𝐨𝐢. Ela irrompeu da consciência pública, moldada por décadas de frustração: desigualdade crescente, corrupção entranhada, estagnação política e um governo cada vez mais desligado dos seus cidadãos.


O seu poder está na sua franqueza. 𝐍𝐚̃𝐨 𝐧𝐞𝐠𝐨𝐜𝐢𝐚. 𝐍𝐚̃𝐨 𝐝𝐢𝐬𝐟𝐚𝐫𝐜̧𝐚.Diz, de forma clara, aquilo que muitos temiam dizer: o contrato social está desgastado; o povo cansou de esperar.


O establishment político moçambicano reagiu com rapidez e medo. Não era retórica da oposição produzida por elites. Era o público a chegar à sua própria conclusão espontânea. E nada ameaça mais sistemas políticos envelhecidos do que verdades que não foram escritos por eles.


É por isso que 𝐀𝐍𝐀𝐌𝐀𝐋𝐀𝐋𝐀 não ficou dentro das fronteiras de Moçambique. De Lusaca a Lagos, jovens africanos reconheceram instantaneamente a emoção por trás da palavra. Eles também vivem com promessas não cumpridas, instituições que não respondem e economias que não acompanham as aspirações da juventude.


A palavra já ganhou eco entre africanos na diáspora, nos Estados Unidos, Europa e Reino Unido.


𝐀𝐍𝐀𝐌𝐀𝐋𝐀𝐋𝐀 𝐝𝐢𝐬𝐬𝐞 𝐞𝐦 𝐩𝐮́𝐛𝐥𝐢𝐜𝐨 𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐦𝐢𝐥𝐡𝐨̃𝐞𝐬 𝐬𝐮𝐬𝐬𝐮𝐫𝐫𝐚𝐯𝐚𝐦 𝐞𝐦 𝐩𝐫𝐢𝐯𝐚𝐝𝐨:algo na velha ordem precisa terminar para que algo novo possa começar.


𝐀 𝐃𝐢𝐬𝐫𝐮𝐩𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐌𝐨𝐧𝐝𝐥𝐚𝐧𝐞 :𝐔𝐦 𝐀𝐜𝐞𝐫𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐚𝐬 𝐏𝐨𝐥𝐢́𝐭𝐢𝐜𝐨


No centro desta convulsão política está 𝐕𝐞𝐧𝐚̂𝐧𝐜𝐢𝐨 𝐌𝐨𝐧𝐝𝐥𝐚𝐧𝐞, o líder da oposição cuja ascensão abalou o equilíbrio de poder em Moçambique. Ele pode não ser descendente biológico de Eduardo Mondlane, o pai da independência moçambicana. Mas o simbolismo não obedece a genealogias.


Muitos vêem nele um eco, um líder que surge num momento em que o país está suspenso entre o seu passado doloroso e o seu futuro não realizado. Para alguns, parece que a luta inacabada de Eduardo Mondlane está a ser canalizada através de Venâncio. 𝐐𝐮𝐚𝐬𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐫𝐞𝐞𝐧𝐜𝐚𝐫𝐧𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐩𝐨𝐥𝐢́𝐭𝐢𝐜𝐚.

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